DESTINO–CARIBE, TRINIDAD. UHUUUUU!

Vixi Maria! Agora sim, a caminho do Caribe, estamos ansiosos e com frio na barriga… não é que a gente vai mesmo! Saimos de Kourou dia 21 de Novembro às 15h30, para percorrer 670 milhas até Trinidad, estimamos em 5 dias se os Ventos Alisios derem o ar da graça. Vamos lááááá! Eta lele!!! Rumo ao Caribe!!!

Gente, navegação mansa, vento quase zero e de popa, resolvemos colocar a vela balão, nunca haviamos colocado, mas sem nada pra fazer… vamos lá! Deu certo, a balão é bonitona, o Andante fica feliz, mas não passamos de 3 nós. Onde estão os Alisios?

Fer acertando o Pau de Spinnaker. Estamos navegando numa distância de 100 milhas da costa, a água aqui é azul marinho, bem escura, um azul profundo da cor da capotaria do Andante. Também fomos acompanhados por pássaros e golfinhos grandes e negros… muito boa companhia por sinal!

Com essa calmaria toda, usamos bastante o motor, mais do que gostariamos, afinal não é nada agradável ficar boiando por horas e ouvindo a retranca bater pra um lado e pra outro… putz! Dá-lhe motor!

Mesmo com toda a paradeira, a travessia foi muito agradável, não mareei, já sou uma mulher do mar, li bastante, ouvimos musica, cozinhamos, tomamos banho de balde com água do mar na plataforma de popa do Andante, como viemos ao mundo… rsrsrsrs, também ficamos dias sem avistar nenhuma embarcação, o Fer ama esses banhos… eu algumas vezes optei por tomar banho no nosso banheirinho confortável, o Comandante diz que eu sou “chatinha”, rsrsrsrsrs…

Eu fiz bruschetas deliciosas pra tomar com uma cervejinha.

Uma chuva!!! O Fer se anima, eu nem tanto…rsrsrsrs. Desliga o motor e abre a genoa, agora vai… rajadas de 17 nós o barco faz 7 nós… ebaaaa! Estamos velejando outra vez, até que enfim… nossa alegria durou 10 min… ahahahahaha, o vento foi miando até chegar em 4 ou 5 nós. Putz… paradeira de novo!

Olha, uma coisa eu tenho que admitir, é mais fácil cozinhar sem vento… ahahahaha. O Fer comprou um filé de pato em Kourou e olha o Chef… criando um novo prato.

A carne do pato é vermelha e parece um picanha pequena, o chef preparou com Curry e manteiga, ficou ótimo!

Mais um maravilhoso pôr-do-sol e isso quer dizer que nossos turnos irão começar.

Eu no turno e o Comandante descansando…

Nascer do Astro Rei… um espetáculo! Na sexta-feira dia 25, conseguimos contato com o Allegro, estávamos bem próximos, já com Plâncton perdemos contato desde a saida em Kourou. No Sábado pela madrugada vimos as luzes de Trinidad e também de Tobago, muitos barcos grandes e plataformas de petróleo no caminho, a navegação fica mais tensa, o Fer estava no turno e o rádio começou a chamar em inglês… aff! Danou-se… e agora, será que com a gente? O Fer me chamou… o cara passou uma coordenada em inglês pausado, é claro, checamos nossa posição, era o Andante mesmo que ele estava chamando, uma luz muito forte vinda de um rebocador que estava 3 milhas de nós aproximadantente iluminou nossa vela principal… agora a cobra vai fumar!!! Vamos lá, temos que nos virar, só assim vamos aprender… o Comandante falou com ele e entendemos que estávamos em uma rota de navios e ele pediu para mudarmos nosso rumo para 200° que era seguro, o cara no rádio foi educadíssimo. Uauauauaua! O Fer arrasou! Logo depois, o Allegro nos chamou no rádio porque ouviu a nossa conversa e perguntou se tinhamos entendido… e nós, dissemos que sim, depois foi a vez deles, também tiveram que mudar a rota.

Costeamos Trinidad durante toda madrugada e a manhã, até chegar em Chaguaramas às 13h30, completamos o percurso em 118h. Olha, vou ser sincera, ainda prefiro a Baia da Ilha Grande, Paraty e Angra, que por enquanto não deixam nada a desejar à Trinidad, mas sei que isso vai durar pouco, porque o Caribe tem muito a nos oferecer ainda, esse é só o começo, pelo que me disseram, Tobago já é bem mais bonito, vamos ver! rsrsrsrsrs… é que eu sou puxa saco do Brasi mesmol… eheheheheh.

Fomos para a Imigração, mais um teste pra nós, mas o Marcão fala inglês pra qualquer emergência… rsrsrsrs. Fomos atendidos por indu (indiano) com  pouca vontade, ele quer falar apenas com o Comandante do barco e pediu para que me sentasse… simpáááático! Fala baixo e parece que é pra dificultar… tem que rir pra não chorar de uma situação dessas, afinal quem tem que resolver é ele… no final tudo certo. O Fer arrasou de novo, “meu Comandante”!!! Passaportes carimbados… estamos dentro, agora é curtir!