ST. LUCIA, 1ª PARADA EM SOUFRIERE.

 

No dia 17 de Janeiro, partimos de Wallilabou para Soufriere, na próxima ilha e outro país, St. Lucia. Saimos às 9h20 da manhã para percorrer 38 milhas, a mesma distância de Paraty à Ilha Grande, vela grande no 2º riso, mais uma vez previsão de vetos fortes, no canal entre St. Vincent e St. Lucia, pudemos sentir a força da corrente equatorial e o mar com ondas de uns 3m… Caraca! Uma embarcou no cockpit e nos deu um banho, pegou a gente de surpresa. No caminho, antes do mar ficar mexido, é claro… o Fer fez a troca de bandeiras… adoooro! Sai a de St. Vincent e Granadinas…

… e entra a de St. Lucia.

Como o Andante continua fazendo água, o Fer resolveu navegar com os compartimentos da proa abertos pra ver se descobre por onde ela teima em entrar. Durante a velejada, o comandante se enfiou na proa, com o mar agitado… e ele acabou mareando, coitado! Olha só ele passando mal no cockpit.

Pra completar o histórico de problemas, quando precisamos do motor ele parou 3 vezes, mais uma vez o comandante (esse meu comandante!) entrou em ação, limpou o filtro de combustivel e continuamos, quando parou a 2ª vez, ele foi olhar o tanque de combustivel e também estava vazando… aff! Só com reza brava agora!

Já avistávamos Soufriere com seus imponentes Pitons, por aqui é assim que eles chamam esses picos.

Esse piton tem mais de 900m de altura e desce escarpado até a água… é lindo!

A pequena cidade de Soufriere não é muito bonita e tão pouco acolhedora, tem ares de favela, com casas de madeira mal cuidadas, porcos na praia… sei lá, não nos passou boa impressão. Sem contar com os chatos de botes, menos do que em St. Vincent, mas existentes por aqui também.

Ancoramos em um lugar bem próximo à praia, é bem profundo e todos fundeiam muito pertinho da areia com amarração de popa nas árvores da beira mar.

No pôr-do-sol, ficamos admirando esse navio-veleiro, gigante e imponente que desfilava no mar a exibir sua beleza. Maravilhoso!

Depois do lindo pôr-do-sol, encaramos a mão de obra que deu o Andante, parecia mais um cortiço… desocupamos a proa e a popa para que o Fer pudesse ver o que estava acontecendo… meu Deus! Não é mole não… depois de 8h de viagem!

Vazamento descoberto… era pelo parafuso do medidor de nivel do tanque, que nem funciona… pqp! Retiramos 10 litros de combustivel de fora do tanque. Já na proa, estava vazando água, pelo tanque flexivel de água doce… tiramos ele de lá.

Depois de um banho e um macarrãozinho, caimos na cama… o Fer estava morto e todo machucado de se enfiar nos buracos do barco, cuidei dele… Hirudoid nos hematomas e bastante carinho… ele merece. Apagamos, os dois, depois de um dia muito cansativo.

No outro dia, haviamos combinado um passeio para conhecer o Vulcão Soufriere, o Jardim Botânico e algumas cachoeiras… Vamos lá!

Essa é parte da cratera do Vulcão Soufriere que tem 22 km de circunferência, ela solta uma vapor de enxofre (mal cheiroso) e podemos ver suas águas escuras fervilhando. A ultima vez que deu o ar da graça, foi em 1766 e a cidade de Soufriere, que era a capital de St. Lucia, virou cinza.

Ai está Soufriere, reconstruída. Fico me perguntando como as pessoas tem coragem de viver em um lugar a beira de um vulcão. Segundo informações da guia, hoje a ilha possui condições de prever, com equipamentos de alta tecnologia e com ajuda de vários cientistas as manifestações do vulcão e avisar a população antes de uma erupção. Ah tá… que eu iria ficar esperando algum aviso… nem pensar!

Mas tenho que admitir que o lugar é muito bonito, olha só a vista!

O Jardim Botânico é muito bem cuidado, bem organizado, cheio de detalhes que fazem a diferença… pontinhas coloridas, cerquinhas, banquinhos…

Desculpem-me a falha, mas não anotei o nome dessas plantas lindas… Aff! Que gafe! Eheheheh

Essa da foto abaixo, eu sei que se chama helicônia. Bem bonita, não é mesmo. Essas cores vibrantes me encantam.

Esse rio vem do vulcão, a água é escura e quente.

Uma cachoeira, que como eu já disse, não nos impressiona muito… mas o vulcão sim, esse nos impressiona. E na verdade fico feliz em saber que no Brasil não temos essa pulga atrás da orelha… eu hein!

Apesar desse lugar ser castigado pela furia da natureza ao longo dos tempos, hora por violentos furacões, hora por erupções de vulcão, a natureza se mostra sábia e reconstrói tudo, dando a ilha ares de paraiso tropical tamanha a exuberância de sua paisagem, muito verde, montanhas, vales, mar de águas cristalinas… é incrivel!

Mais uma pequena queda d’água que encanta mais aos europeus do que a nós brasileiros.

O mais incrivel dessa idéia de reconstrução e retomada após várias tragédias provocadas por manifestações da natureza é que o ser humano realmente se acostuma com tudo e se molda ao seu ambiente, independente do perigo que ele possa oferecer. É louco isso… eu não moraria aqui. Mas o passeio vale à pena, nos faz refletir sobre muita coisa.