Saimos da inusitada Ilha dos Lençois no dia 11 de Novembro às 16h, rumo ao Oiapoque, tinhamos pela frente 520 milhas e um tempo estimado em 4 dias para completar esse percurso. Então vamos lá, na hora de sair fazemos a maior festa, tocamos os sinos que temos pendurados em nossos cockpits e desejamos bons ventos aos amigos velejadores porque sabemos que depois de algumas horas não temos mais nenhum deles no visual.
Mais um lugar que deixamos e entra pra nossa história, fica na nossa lembrança… (como podem ver a ordem cronológica ficou um pouco prejudicada já que postei a linha do Equador ontem, mas menos de 24h após a nossa saída passamos pela linha, daqui em diante vocês já poderão observar um cara estranho a bordo do Andante… rsrsrs).
Gente, a navegação é tranquila e o vento também, até demais… fico me perguntando – Onde estão os famosos “ventos alísios”, que sopram constantemente por essa região? – Já estou achando que é folclore. Nesse trajeto ocorrem muitos peixes voadores, é incrível! São pequenos, pouco maiores que as nossas conhecidas manjubas e voam mesmo, ficamos observando-os o tempo todo voando sobre o mar aos montes, parecem crianças arteiras fazendo algazarra na rua… é divertido vê-los tão serelepes… mas quando eles caem no convés do Andante (isso acontece principalmente a noite) e deixam o barco com cheiro de peixaria, putz… da vontade de mata-los, mas não é preciso pois nessa hora eles já eram…
De manhãzinha o Fer (será que é ele mesmo?) vai recolher os fedidinhos que empesteiam o convés e tem um trampo porque não sou poucos não! Retirávamos pelo menos uns 40 peixinhos desses toda a manhã… dá uma olhada no balde!
Muito mais agradável é a companhia dos lindos golfinhos, que aparecem na popa do Andante e fazem a maior festa, deviam ser uns 10, eram bem maiores do que os vimos em Noronha e quase pretos, mas como todos os outros parecem sorrir pra gente… e dão uma animada no dia, afinal essas travessias longas às vezes trazem um pouco de tédio… não tem muito o que fazer e ficamos num espaço de mais ou menos 15m²… então, que venham os golfinhos!
Ah… às vezes, pássaros usam o Andante pra descansar… olha esse ai!
Não contente… resolveu tirar um cochilo em nosso motor de popa… legal né! Rsrsrs.
Putz… é dia da Festa da Vó, toda a familia Lamberti reunida na Chácara do Tio Valter em Indaiatuba… bendito seja nosso celular via satélite… rsrsrs. Consegui falar com todos, foi a maior festa, fiquei muito feliz e emocionada, confesso! Amo muito vocês todos!!!
Nossa… às vezes chegava até me arrepiar olhar para o Fer, ele está muito parecido com o Seu Zé… Vixi Maria, ele tá curtindo o bigodon… já eu, to achando meio estranho, mas o que vale é a brincadeira… ahahahahah!
Passamos à umas 100 milhas, quase 200 km, da foz do Rio Amazonas, mas mesmo assim sentimos a sua força, a correnteza aumenta e vemos nitidamente a cor da água do gigante que não se mistura com a do mar tamanha é sua força… formando uma linha divisória a perder-se no horizonte. Impressionante! Nesta foto pode se ver duas cores na água, mas é claro que não tão fortes como podíamos ver no momento, ao vivo e literalmente em cores.
Durante todo o percurso vemos mal tempo se formando ao nosso redor… ai meu Deus! Fico sempre com um pouco de medo… e começo a rezar pra que essas nuvens carregadas saiam do nosso caminho… aff!
Já o Comandante diz – É bom Paula, essas nuvens podem nos trazer ventos melhores para que possamos andar, sair dessa paradeira – Eu hein, deixa assim mesmo! Rsrsrsrs. Mas mesmo com o essas nuvens carregadas no céu, quando chegamos ao Oiapoque fomos brindados com um lindo arco-iris.
Chegamos ao Cabo Orange, Oiapoque, 85h depois que partimos da Ilha dos Lençois.
Parada estratégica para descansar e estar nesse marco que é o Oiapoque, estamos no ponto mais ao norte desse país com dimensões continentais que é o nosso Brasil, é uma alegria saber que chegamos aqui com o Andante. Marcão e Daniel do Allegro, vieram a bordo pra tomar o café da manhã conosco, com direito a pão de queijo feito na hora (receita da D.Vani), devia ser uma 6h da manhã… comemoramos!
O tempo fechou de novo, olha só o Allegro e o Andante com o céu carregado ao fundo. A água aqui é muito barrenta por conta do Rio Oiapoque que desemboca justamente onde estamos, a cor é quase laranja, talvez por isso batizaram esse cabo de “Cabo Orange”.
Ficamos ancorados nesse lugar por 10 horas, mas antes os malucos Fernando, Daniel e Marcão resolveram ir de bote até a terra, que estava mais ou menos 3 milhas do barco, para que ao menos pisássemos no Oiapoque. Meu… e aquele mal tempo? Como eu era minoria, lá fui eu com o… na mão e eles dando risada de mim, fazendo piadinhas e ainda diziam – Não sei não, mas acho que aquela nuvem gigante e carregada ta vindo pra cá… Vixi! – Bem, não conseguimos colocar o pé no chão do Oiapoque porque ficou muito raso bem antes de chegarmos perto de terra, então colocamos o pé no barro que estava logo abaixo do bote e voltamos… Aff! Esse povo é doido e eu mais ainda de acompanhar! rsrsrsrsrs. Na foto, atrás da gente é o Cabo Orange, o Oiapoque.
Missão cumprida!
4 comentários:
Vixi maria!!!!!!!,Paula vc com esse cagaço!!!!!,
fico imaginando vcs pegarem "pirajás" como o alegro pegou, acho que vc vai se borrar toda....rsrsrsrsrsrsrs bjs maãe
EEEEEEEEE !!!!! ATÉ QUE ENFIM IMAGENS E HISTÓRIAS PARA PODERMOS VIAJAR JUNTOS!!!! RSRSRSRSRS
Paulinha e Fernando, boa sorte agora que sairam do nosso querido Brasil e que bons ventos os levem !!!!!
RAIOS RAIOS E MAIS RAIOS... AGORA O FER ESTA PARECENDO UM LEGITIMO PORTUGA O PÁ RSRSRSRSRSRS. ESTA DA HORA, PARECE O FRED MERCURI LUSITANO RSRSRSRS
BJS E ABRAÇOS
Mauricio e Sílvia
É mãe, acho que as oferendas à Netuno resolveram, nenhum pirajá... ainda bem!
Olha Paula, vai ter de rolar uns ventinhos as mais pra ter de dar uma rizada nas velas!!! se não não tem graça!
Pra mim, o Fer ficou a cara do Zé Rodrix!
Bons Ventos.
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